quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pra não dizer que estou mentindo...

Essa não deu na TV, mas não tinha como passar em branco. O Reinaldo Azevedo da VEJA, chama Zelaya de golpista, pede impeachment de Celso Amorim e ainda emenda um impeachment a Lula. Após estado de sítio, toque de recolher, fechamento de rádios e tvs e repressão militar, há malucos que acreditam que aquele é um estado de direito. Mas há uma questão: Se há golpe ou não em Honduras, podemos até dizer que é problemas deles. Agora, que a nossa imprensa é golpista, disso não há dúvida.

Artigo do Azevedo - http://bit.ly/3exhlv
Estado de Sítio em Honduras - http://bit.ly/2XQvxb

Honduras à 3/4

Ontem no programa do Jô, o sociólogo Demétrio Magnoli desmereceu a participação do Brasil no embate em Honduras. Ainda que não tenha escolhido, o serviço internacional do Brasil está de mãoes atadas. Sim, está. De um lado se apóia Zelaya é tachado de bolivariano (ainda que Zelaya não o seja), do outro, caso se imponha militarmente, como querem os reacionários, compra briga com a vizinhança. De certo modo o mesmo impasse pelo qual passam os EUA, que adoraria apoiar Micheletti, mas Obama deve continuar bonzinho. Nesse contexto, Magnoli diz que já passou da hora de os EUA cumprir com sua obrigação e intervir na contenda de seu quintal. Sim, e ele foi lançar um livro sobre igualdade raciais.

O mundinho brasileiro

Já não são poucas as bocas que arrotam a falácia de que Manuel Zelaya não sofreu golpe. Peneirando o vômito vamos ouvir - como da Globo - que não foi um golpe militar, mas civil. Em verdade, pelo que se sabe até agora, Zelaya foi deposto por ordem do judiciário do país e as forças armadas, que devem obediência ao estado, cumpriram ordens. Parece que Gilmar Mendes tem dado cursos pela américa Latina. Mas, depois de ouvir que o holocausto semita não existiu, que a ditadura no Brasil foi branda e que Antônio Carlos Magalhães foi Deus, não me surpreenderá ouvir na Globo que Zelaya não existe. O pior é que poderá ser verdade.

Honduras e a TV brasileira

De golpista passou para de facto, mas agora o governo de Micheleti já é chamado de estabelecido. Caminhando na lâmina de quase concordar com um "execrável" golpe de estado, a imprensa brasileira sofre da falta de adjetivos para poder se colocar contra Zelaya. Mas os adjetivos pejorativos para com Zelaya são claros. Para William Waack Zelaya é turista, para Bóris Casoy é baderneiro (aliás, a Band tem extendido bastante esta qualificação). Enquanto a imprensa internacional aponta para o estado de sítio e às restrições de liberdade da população, a imprensa brasileira tenta montar o Big Brither de Zelaya na Embaixada Brasileira. Segundo a Globo, o repórter José Burnier já está na embaixada, então, logo saberemos o cardápio do presidente, seus hábitos matutinos e todas aquelas trivialidades que adoramos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O SBT e o avanço das evangélicas

O diretor do SBT Guilherme Stoliar foi a Brasília na última segunda (14) reclamar sobre o avanço das igrejas evangélicas sobre a programação das TVs. De acordo com a coluna Outro Canal, o diretor entregou ao ministro das Comunicações Hélio Costa uma relação com todas as emissoras que são administradas ou foram arrendadas parcialmente ou totalmente por igrejas.
O SBT nos últimos anos perdeu várias afiliadas para emissoras administradas por algum segmento religioso, como a Record, e até mesmo para emissoras com programação 100% evangélica. Na última segunda (14), a rede sofreu mais um golpe. A TV Alagoas, afiliada do SBT em Maceió que atravessava uma profunda crise financeira, se desligou do canal de Silvio Santos e foi arrendada pela Igreja Mundial do Poder de Deus. Além desta, o SBT perdeu afiliadas nos últimos anos em Santa Catarina, Sergipe, Mato Grosso, Tocantins e no interior gaúcho, a maioria delas para emissoras pertencentes às igrejas.
O diretor do SBT alega que a prática é ilegal, já que o decreto 52.795/1963 determina que as emissoras não podem vender mais de 25% de seus espaços.
Já as emissoras paulistas que abrem espaço para as igrejas sem defendem. Ao jornal Folha de S. Paulo, a RedeTV! revelou que não existe impedimento legal. A Record disse que não tem nada a dizer. Já a Band, que arrendou o canal 21 em São Paulo para a Igreja Mundial, preferiu não comentar o assunto.

Do site Na Telinha (UOL)

Ministro digital

Em entrevista à Cristina Lemos no Conexão Brasília da Record News desta quarta feira, o ministro das comunicações, Hélio Costa, anunciou os avanços do governo na TV Digital, a venda do modelo brasileiro aos países do cone sul e a expansão da telefonia para as áreas rurais. Lá pelas tantas, eleições 2010 na pauta. O provável candidato do PMDB ao governo de Minas é ainda cotado como possível vice na chapa de Dilma, mas resolveu enaltecer o PMDB como partido forte no país, lembrando inclusive das eleições para presidente do partido que devem ocorrer em breve. Para tal cargo o ministro lembra que um partido com a magnitude do PMDB deve ter como presidente alguém com nome, história e posição no partido. Um nome com força e de peso. Se pá, José Sarney.

A luta continua, companheiro Saad

A Band continua a guerra contra o MST. Nos jornais do fim da noite, o da Band foi único a noticiar, seguido do comentário de Bóris Casoy, a CPI sobre as contas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Curiosamente, a CPI é discutida sob o contexto do governo aprovar a lei que atualiza os índices de produtividade rural. Corroborando a Band, o deputado Ônix Lorenzoni (DEM RS) é o porta voz dos ruralistas contra o MST. Agora resta descobrir se a Band é um latifúndio televisivo ou uma TV latifundiária!

O lado ruim

Como tudo que sobe... As quintas-feiras, o Vejam Só é sucedido pelo Salto Alto. (Daqui pra diante este texto não tem classe alguma) Três dondocas, esposas de pastores, estandartes da futilidade classe mediana, vomitam suas concepções generalistas, reacionárias, abençoadas por deus e pelo senso comum em uma hora do mais oco dos discursos. Entre pregar o fim fos tempos, a degeneração da família e a "indiscutível" leveza do ser, elas discorrem sobre moda, arte, cultura, ou seja, tudo aquilo que pode ser encontrado no Shopping da Graça mais próximo de você! (Sim, há um Shopping da Graça)

O lado bom

A Rede Internacional de Televisão, canal da Igreja Internacional da Graça, dá uma bola dentro todos os dias à 22h, é o programa Vejam Só. Interessantemente é num canal reacionário que reside um dos programas de debates mais bem estruturados da TV aberta brasileira. Como na noite de ontem em que o tema discutido era a relação homem vs. máquina, ou seja, a máquina substiruirá o homem? Um dos entrevistados era Luis Marcolino, da associação dos bancários de SP, que com enfase levantou a bandeira da democratização da informatização, defendendo que as benesses da evolução tecnológica devem chegar até o usuário final. Segundo os dados do bancário, no ramo financeiro, a concentração da tecnologia tem atinigido cada vez mais negativamente a população. Conforme ele, os custos que os bancos tem com atendimento eletrônico são tão pequenos que não justificam suas altas taxas. Os atendimentos no guichê, no telefone e na internet custam R$ 1,10, R$ 0,60 e R$ 0,10, respectivamente. Os pacotes básicos de serviçoes dos bancos, com suas devidas restrições, atualmente estão na média dos R$ 20,00. Com o fim do tabelamento em 1994, os bancos lucraram cerca R$ 1,4 bilhão. Em 2004 os valores aumentaram trinta vezes, chegando a R$ 34 bilhões. No ano passado, só o Bradesco atingiu R$ 8,8 bilhões. Para Marcolino, as ferramentas de fiscalização ainda ineficazes, quando não omissas, em relação ao sistema bancário. É a mais valia fazendo a festa no sistema bancário.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Falar sem dizer

O Jornal Nacional está se especializando em falar sem dizer nada e está imprimindo seu padrão no jornalismo global. Depois do Ministro Gilmar Mendes soltar um épico "atingimento" no JN, ontem, no Jornal da Globo, foi a vez presidente do Banco Central, Henrique Meirelles sucumbir às analogias metafóricas do vácuo non sense. Após William Waack perguntar se o país cresce em L ou em V, o banqueiro responde que os países estão se recuperando da crise de três formas: Uma mais gradual e outra mais acentuada. E nisso, o Brasil está crescendo. Entendeu? Ou quer que ele desenhe?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Contragolpe no Contraponto

O programa joinvilense que se pretende local, trouxe neste domingo o prefeito de Florianópolis, Dario Berger. Como já era de se esperar, a conversa descambou para o lado de lá e se encheu de sotaque manezinho. A tentativa de arrastar Berger para a corrida ao governo estadual nas perguntas, pouco teve efeito, já que Dario, assim como seu PMDB, ainda não sabe para onde vai. Mas, tentando salvar a noite, Léo Saballa questionou o prefeito sobre a possibilidade de ser suplente, numa chapa que levaria Luiz Henrique da Silveira a concorrer ao Senado. A resposta deixou claro o ditado: A mão que afaga é a mesma que esbofeteia. Dario - "elogiando" - desenhou um sorriso feliz no rosto de Saballa, ao dizer que o entrevistador sabe fazer perguntas difíceis. Mas emendou: "Para ser educado, Léo, não digo que isto seja impossível, mas pouco provável".

Entre o discurso oco e verborragia fajuta

Semanas atrás a BAND se deu ao trabalho de emitir um editorial sobre a medida do governo de atualizar os índices de produção rural. O valor, que interfere diretamente nas condições para desapropriação, alvoroçou os ruralistas e rendeu até pronunciamento do presidente do Grupo Bandeirantes, João Saad. Para a BAND, os "arruaceiros" do MST ganharam no grito e o governo só atende a quem faz arruaça.
No último domingo, no Canal Livre, os quatro "âncoras" do jornalismo da família Saad, concordaram com as medidas do governo para sustentar o crédito durante a crise, que já liberou o equivalente a 1,5% do PIB em crédito para os bancos, esses arruaceiros.

Confira aqui as matérias da Band.

Matéria sobre a medida
Declaração de João Saad


Brazilian Day or Globo USA Day?

Receita para se apropriar de um evento. Espere que ele exista há pelo menos dez anos. Leve toda a equipe de sua sucursal e incremente com membros "engraçadinhos", tipo Regina Casé. Leve todas as estrelas da divisão fonográfica de seu oligopólio. Salpique figurinhas das suas telenovelas e ex-bbbs à vontade. Selecione e penere bem várias histórias comoventes, recheadas de saudade e melancolia. No lugar da cereja, exiba closes de alguém segurando uma placa com as inscrições: Fora Sarney. Para servir, reserve um espaço na sua programação dominical, em horário que atinja emocionalmente seus espectadores e pulverize com inúmeros ícones de sua instituição.
PS.: Ao servir, não esqueça de mencionar: A gente se vê por aqui.