O site Socialist Comunity divulgou na última sexta-feira que dois outros membros da resistência hondurenha teriam sido assassinados pelo governo golpista sem a divulgação da grande mídia. As vítimas são Mario Fidel Contreras, professor de 50 anos e Antonio Leiva, líder da resistência no oeste de Honduras. O regime nega responsabilidade e afirma que Contreras foi morto por um criminoso comum. Algumas fontes dizem que Leiva, que estava desaparecido há alguns dias, fora também torturado. Essas notícias vem seguidas de outra falácia, acerca das manifestações ocorridas na semana passada, registradas por algumas emissoras de TV brasileiras. Durante as manisfestações pró Zelaya, cerca de 50 pessoas foram presas, enquanto as emissoras mostraram apenas um homem sendo detido, com a ressalva de exibir as imagens do mesmo sendo solto em seguida.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Etiqueta para assaltos
Acordar e assistir Ana Maria Braga pode levantar seu astral. Na manhã de hoje, a loura e seu louro inauguraram a cartilha da etiqueta para assaltos. A "reportagem" contou com uma encenação de três formas coomuns de assalto, num posto de gasolina e numa loja de conveniências e com a contribuição de um oficial de polícia, a matéria elucidou sobre como se comportar em caso de assalto. Entre manter a calma e se render por completo a loura deu um recado importantíssimo: "Espero que os bandidos também estejam vendo esta matéria e saibam que a gente não quer lhes fazer mal".
E continua...
A TV Brasil, tão atrasada quanto a Globo, também esteve em Honduras neste fim de semana, mas merece alguns louros. Segundo seu repórter são quatro barreiras militares para se chegar à embaixada brasileira. Duas revistas minuciosas realizadas pelos militares golpistas para se adentrar o prédio. As casas vizinhas à embaixada foram tomadas pelos militares para um cerco feito por soldados fortemente armados, encapuzados e sem identificação. Mas o detalhe: A posição das câmeras e o local da entrevista com o presidente deposto, foram escolhidos e organizados pelo próprio Zelaya.
A saga hondurenha continua...
Mesmo sendo a última, agora a Globo pode se gabar de ter um repórter na embaixada brasileira em Honduras. Resultado disso? Uma entrevista de meio minuto onde Zelaya não fala nada com nada, uma insistência idiota em falar das armas dos acampados, que foram retidas em cofre pelo embaixador brasileiro e um comentário de Alexandre Garcia. Querendo ver o que "ninguém viu" (ou o que só ele quer ver), Garcia destacou um bouquê de rosas que ornava a mesa onde Zelaya deu a entrevista, sob a jocosa: "Tão cercado que a florista pode entregar flores". Para encerrar, chama Zelaya de porta voz do neo-caudilhismo latino-americano. Queria eu saber qual vem a ser o caudilhismo original.
Em qual TV vai dar?
Por incrível que pareça, quando tudo se mistura é que as coisas ficam mais claras. A crescente perda de audiência da Globo para a Record - inclusive do Programa do Jô para o evangélico Fala que eu te escuto - já está tendo reflexos econômicos. A Record comprou todos os pacotes de transmissão do próximos grandes eventos esportivos, incluindo as próximas Olimpíadas, os Jogos Panamericanos e Olimpíadas de Inverno, faltavam os jogos de 2016. Ou seja, Dilma 2010 = Record 2016.
Deu Rio, deu Lula, deu Record
A cobertura da eleição do Rio para sede das Olimpíadas de 2016 para além de enfadonha e exaustiva, esclareceu as posições das emissoras no pleito 2010. Enquanto a emissora carioca Globo não teve como desmerecer o fato, a Record levantou a bandeira Dilma 2010. Na "casualidade" a Globo exibiu uma entrevista intimista com os pemedebistas Sergio Cabral e Eduardo Paes e aposta numa "cobrança jornalística" sobre as contas, os projetos e obras a serem realizadas. Na "cobertura total" a Record acompanhou a votação na casa da ministra Dilma Roussef, com direito a pulinhos de alegria até do cameraman.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Pra não dizer que estou mentindo...
Essa não deu na TV, mas não tinha como passar em branco. O Reinaldo Azevedo da VEJA, chama Zelaya de golpista, pede impeachment de Celso Amorim e ainda emenda um impeachment a Lula. Após estado de sítio, toque de recolher, fechamento de rádios e tvs e repressão militar, há malucos que acreditam que aquele é um estado de direito. Mas há uma questão: Se há golpe ou não em Honduras, podemos até dizer que é problemas deles. Agora, que a nossa imprensa é golpista, disso não há dúvida.
Artigo do Azevedo - http://bit.ly/3exhlv
Estado de Sítio em Honduras - http://bit.ly/2XQvxb
Artigo do Azevedo - http://bit.ly/3exhlv
Estado de Sítio em Honduras - http://bit.ly/2XQvxb
Honduras à 3/4
Ontem no programa do Jô, o sociólogo Demétrio Magnoli desmereceu a participação do Brasil no embate em Honduras. Ainda que não tenha escolhido, o serviço internacional do Brasil está de mãoes atadas. Sim, está. De um lado se apóia Zelaya é tachado de bolivariano (ainda que Zelaya não o seja), do outro, caso se imponha militarmente, como querem os reacionários, compra briga com a vizinhança. De certo modo o mesmo impasse pelo qual passam os EUA, que adoraria apoiar Micheletti, mas Obama deve continuar bonzinho. Nesse contexto, Magnoli diz que já passou da hora de os EUA cumprir com sua obrigação e intervir na contenda de seu quintal. Sim, e ele foi lançar um livro sobre igualdade raciais.
O mundinho brasileiro
Já não são poucas as bocas que arrotam a falácia de que Manuel Zelaya não sofreu golpe. Peneirando o vômito vamos ouvir - como da Globo - que não foi um golpe militar, mas civil. Em verdade, pelo que se sabe até agora, Zelaya foi deposto por ordem do judiciário do país e as forças armadas, que devem obediência ao estado, cumpriram ordens. Parece que Gilmar Mendes tem dado cursos pela américa Latina. Mas, depois de ouvir que o holocausto semita não existiu, que a ditadura no Brasil foi branda e que Antônio Carlos Magalhães foi Deus, não me surpreenderá ouvir na Globo que Zelaya não existe. O pior é que poderá ser verdade.
Honduras e a TV brasileira
De golpista passou para de facto, mas agora o governo de Micheleti já é chamado de estabelecido. Caminhando na lâmina de quase concordar com um "execrável" golpe de estado, a imprensa brasileira sofre da falta de adjetivos para poder se colocar contra Zelaya. Mas os adjetivos pejorativos para com Zelaya são claros. Para William Waack Zelaya é turista, para Bóris Casoy é baderneiro (aliás, a Band tem extendido bastante esta qualificação). Enquanto a imprensa internacional aponta para o estado de sítio e às restrições de liberdade da população, a imprensa brasileira tenta montar o Big Brither de Zelaya na Embaixada Brasileira. Segundo a Globo, o repórter José Burnier já está na embaixada, então, logo saberemos o cardápio do presidente, seus hábitos matutinos e todas aquelas trivialidades que adoramos.